Dr Marcelo Leão

Narcolepsia

A causa da narcolepsia é o déficit do neurotransmissor denominado orexina no hipotálamo.

O déficit deste neurotransmissor estimulante leva à sonolência excessiva. A orexina é também denominada de hipocretina.

Sua prevalência é em torno de 0.02-0.18% na população em geral considerando E.U.A, Europa e Japão, no Brasil ainda não há um estudo de prevalência da Narcolepsia.

Esta prevalência equivale a 1 caso da doença em cada 2000 pessoas.

O sintoma mais expressivo é a “preguiça” e sonolência diurna excessiva, que deixa o paciente em perigo durante a realização de tarefas comuns, como conduzir, operar certos tipos de máquinas e outras ações que exigem concentração.

Isso faz com que a pessoa passe a apresentar dificuldades no trabalho, na escola e, até mesmo, em casa.

Na maioria dos casos, o problema é seguido de incompreensão familiar, de amigos e patrões.

A sonolência, geralmente, é confundida com uma situação normal, o que leva a uma dificuldade de diagnóstico.

É comum portadores de narcolepsia passarem a vida inteira sem se darem conta que o seu quadro é motivado por uma doença, sendo tachados por todo esse tempo de preguiçosos e dorminhocos.

No entanto, se o narcoléptico procurar ajuda especializada, vai descobrir que é vítima de um mal crônico, cujo tratamento é feito por meio de estimulantes e que se pode prolongar por toda a vida.

As manifestações da narcolepsia, principiando pela sonolência diurna excessiva, começam geralmente na adolescência, quando piora, leva à procura médica à medida que os sintomas se agravam.

A narcolepsia é um dos distúrbios do sono que pode trazer consequências individuais, sociais e econômicas graves.

Sintomas da Narcolepsia

• Sonolência excessiva durante o dia – desejo incontrolável de dormir durante o dia, mesmo depois de ter dormido bastante na noite anterior.

Cataplexia – ataque repentino e geralmente breve de fraqueza muscular relacionado a uma reação emocional forte (medo, raiva, alegria).

Paralisia hipnagógica do sono – episódios breves de paralisia que acontecem quando a pessoa está pegando no sono. 

Paralisia hipnopômpica do sono – episódios breves de paralisia que acontecem quando a pessoa está acordando.

Alucinações hipnagógicas – alucinações intensas, geralmente visuais ou auditivas, que acontecem no princípio do sono (algumas vezes entre pegar no sono e entrar no estado de sono profundo).

Alucinações hipnopômpicas – alucinações intensas, geralmente visuais ou auditivas, que acontecem quando a pessoa está acordando.

Tratamento

O tratamento da narcolepsia é feito com medicamentos estimulantes (simpaticomiméticos) para manter os narcolépticos acordados, incluindo a anfetamina e seus derivados como o metilfenidato.

A modafinila também vem sendo utlizada com boa eficácia com esta finalidade, sendo recentemente liberada a sua comercialização no Brasil.

Os antidepressivos como imipramina ou fluoxetina são prescritos para controlar a cataplexia, a paralisia do sono e as alucinações. 

Fazer exercícios regulares (pelo menos três horas antes da hora de dormir), evitar ou reduzir o consumo de cafeína durante a tarde e à noite, tirar cochilos planejados e comer refeições leves durante o dia podem aliviar a sonolência durante o dia e o sono agitado à noite.

Por ser uma doença de longa duração, o tratamento inclui também a orientação dos pacientes e familiares, e recomendamos a escolha de profissões compatíveis com o problema, além de medidas para prevenção de acidentes graves devido a sonolência excessiva e ataques de sono.

Se você sofre de narcolepsia, procure imediatamente um médico especialista em distúrbios do sono.

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