xistem muitos estudos acerca dos mistérios do sono e seus distúrbios, em que pesquisadores mergulham no universo feminino e desmitificam a apneia do sono em mulheres na menopausa.
Antigamente, era comum os homens receberem mais diagnósticos de apneia do que as mulheres. Hoje, as proporções mudaram e existe uma maior consciência de que é comum a apneia do sono em mulheres.
Em São Paulo, a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) realizou uma pesquisa para desvendar as possíveis causas da apneia do sono em mulheres.
Após analisarem 407 mulheres, foi constatado que com o seu envelhecimento natural há a perda da função ovariana e uma série de consequências negativas à saúde, sendo as disfunções respiratórias do sono em que a apneia apresentou-se muito relevante neste contexto clínico.
Mulheres na menopausa são mais propensas a terem apneia do sono
Após a análise dos resultados, os pesquisadores constataram que 68,4% das mulheres que obtiveram o diagnóstico confirmado para apneia crônica estavam em pós-menopausa tardia.
A pesquisa também identificou que a circunferência abdominal das mulheres com mais de 87,5 centímetros de cintura apresentavam maior proporção aos roncos, representando 75% das mulheres que apresentaram apneia em comparação às que não receberam o diagnóstico.
Dr. Marcelo Leão, médico especialista em distúrbios do sono, recebe em sua clínica muitas mulheres em pós-menopausa que se queixam de roncos e sonolência excessiva causada pelos eventos de apneia durante a noite e explica que “a partir da queda hormonal, o organismo feminino fica sujeito a mudanças na saúde e surgem consequências negativas, como a incidência de distúrbios respiratórios durante o sono”.
Menopausa e alterações no sono
Podemos ver que a frequência dos distúrbios do sono, em especial a apneia, aumenta a partir da transição menopausal e do estágio de pós-menopausa tardia.
Dr. Marcelo Leão nos listou algumas queixas comuns relacionadas ao sono que são: a insônia, a baixa eficiência de sono, dificuldade em manter-se acordada, a irregularidade no padrão respiratório e a clássica sensação de “ondas” de calores e suores frequentes.
Essa transição menopausal faz parte do envelhecimento natural da mulher e, por isso, é importante que a mulher adote hábitos saudáveis, que podem reduzir os eventos de apneia.
Outros agravantes da apneia em mulheres
Excesso de peso e obesidade são fatores que exponenciam o risco do aparecimento da apneia do sono em mulheres.
A pressão arterial também está atrelada à apneia, o tratamento do distúrbio também pode auxiliar no controle da pressão alta.
Mulheres com distúrbios endócrinos, síndrome do ovário policístico, também têm maior probabilidade de apresentar apneia do sono mesmo após o controle do peso e, nestes casos, é importante que busquem acompanhamento médico.
Tratamentos e mudanças no estilo de vida
Em alguns casos, as mudanças no estilo de vida pode reduzir drasticamente os eventos de apneia.
Separamos algumas dicas que podem ajudar a reduzir a gravidade da apneia:
- Perder peso: Se você está com sobrepeso, esta é a ação mais importante que você pode tomar para curar sua apneia do sono.
- Evite álcool: causa despertares noturnos frequentes e faz com que os músculos respiratórios das vias aéreas superiores relaxem.
- Parar de fumar: O tabagismo piora o inchaço nas vias aéreas superiores, piorando a apneia (e o ronco).
- Alguns pacientes com apneia do sono leve ou ronco pesado têm menos problemas respiratórios quando estão deitados de lado, em vez de barriga para cima – neste caso, o cinto antironco é muito eficaz para pessoas que precisam dormir de lado.
Se você tem dúvidas sobre seu diagnóstico de apneia do sono, é importante que procure um médico especialista em distúrbios do sono.
Durante a consulta com o especialista, serão investigados fatores que podem contribuir com distúrbio e, em alguns casos, é encaminhado exame de polissonografia, que irá identificar qual a gravidade de sua apneia e o médico do sono irá te direcionar o tratamento mais adequado para o seu caso.